quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Resenha: A vida em tons de cinza - Ruta Sepetys


Título: A Vida em Tons de Cinza
Título Original: Between Shades of Gray
Autora: Ruta Sepetys
ISBN: 9788580410167
Editora: Arqueiro
Ano: 2011
Páginas: 240

Sinopse: 1941. A União Soviética anexa os países bálticos. Desde então, a história de horror vivida por aqueles povos raras vezes foi contada. Aos 15 anos, Lina Vilkas vê seu sonho de estudar artes e sua liberdade serem brutalmente ceifados. Filha de um professor universitário lituano, ela é deportada com a mãe e o irmão para um campo de trabalho forçado na Sibéria. Lá, passam fome, enfrentam doenças, são humilhados e violentados. Mas a família de Lina se mostra mais forte do que tudo isso. Sua mãe, que sabe falar russo, se revela uma grande líder, sempre demonstrando uma infinita compaixão por todos e conseguindo fazer com que as pessoas trabalhem em equipe. No entanto, aquele ainda não seria seu destino final. Mais tarde, Lina e sua família, assim como muitas outras pessoas com quem estabeleceram laços estreitos, são mandadas, literalmente, para o fim do mundo: um lugar perdido no Círculo Polar Ártico, onde o frio é implacável, a noite dura 180 dias e o amor e a esperança talvez não sejam suficientes para mantê-los vivos. A vida em tons de cinza conta, a partir da visão de poucos personagens, a dura realidade enfrentada por milhões de pessoas durante o domínio de Stalin. Ruta Sepetys revela a história de um povo que foi anulado e que, por 50 anos, teve que se manter em silêncio, sob a ameaça de terríveis represálias.


***

A história é narrada por Lina, que conta o reinado de terror de Stalin, quando a União Soviética ocupou os países bálticos - Estônia, Letônia e Lituânia.
Lina, uma jovem de 15 anos, é uma menina encantadora, que vive bem, tem pais maravilhosos e um irmão mais novo, Jonas. Sonha em ser artista e é apaixonada pelas obras de Edvard Munch (pintor norueguês, sua obra mais famosa foi o quadro “O Grito”).
O livro é divido em três partes:
Ladrões e Prostitutas é a primeira parte. Quando Lina e outras centenas de pessoas consideradas antissoviéticas têm suas casas invadidas em 1941 e são deportadas. São jogadas em um vagão de trem apertado, onde passam seis semanas comendo apenas ração e água. Sem tomar banho, cheios de piolhos e feridas na pele, o lugar tinha um odor desagradável. Nesse trajeto, a cada parada que o trem fazia para abastecer, dezenas de pessoas mortas eram deixadas para traz.
O vagão que ela, sua mãe e seu irmão estavam, totalizando 46 pessoas, era o vagão intitulado ladrões e prostitutas, por isso o nome da primeira parte.
Mapas e Serpentes, a segunda parte. É quando eles finalmente chegam a um provável destino, uma fazenda coletiva onde iriam cultivar beterrabas, e ganhariam comida de acordo com o trabalho que fizessem. Os grupos foram divididos em cabanas pequeninas, e uns tentavam ajudar os outros. Para sobreviver, eles arriscam suas vidas para roubar beterrabas da colheita, ou algumas batatas. Certa vez, Lina foi chamada para desenhar um mapa e uma foto do comandante, como uma boa pintora, queria desenhar o que de fato via. Começando a desenhar de baixo para cima, logo após o colarinho da farda do comandante, ao invés de desenhar o seu rosto, sua mão queria desenhar serpentes dali saindo.
Gelo e Cinzas, a terceira e ultima parte. Ocorre quando pequenos grupos de pessoas são mandados para outro lugar. Lina e sua família estavam inclusos na mudança. Passaram mais uma semana em outro vagão de trem, depois mais semanas em um barco em um rio. Quando chegaram, finalmente, ao destino, estavam bem no limite do Círculo Polar Ártico, perto do Polo Norte. Tiveram que construir cabanas com restos de madeira que encontravam para se proteger do frio. Era quase setembro, perto da noite polar, onde o sol permanece abaixo do horizonte por 180 dias.
"Cada respiração fazia minha garganta arder. O sol não apareceu. A noite polar havia começado. A luz pintava a paisagem deslocada em tons de azul e cinza."
Nesse período várias pessoas morreram de fome e frio. Foi quando Lina soube da noticia que seu pai havia morrido, e com pouco tempo presenciou também a morte de sua mãe. 
Lina voltou para sua terra natal em 1954, com seu irmão, sendo proibidos de falar sobre o assunto. Passaram 12 anos presos.

Esse livro realmente mexeu comigo. Na verdade, todos mexem de alguma forma, mas esse vai ficar em mim de uma maneira especial, e doída. Doída por  saber o que pessoas como nós, passaram há apenas 72 anos atrás.
Dói imaginar pelo que cada uma, das mais de 20 milhões de pessoas passaram antes de morrer de maneira cruel, das formas mais desumanas possíveis. Os personagens do livro são fictícios, mas os acontecimentos descritos nele foram relatados por sobreviventes desse terror à autora em suas viagens a Lituânia para se aprofundar mais no assunto.
O título do livro é exatamente, sobre o inverno cinza, as pessoas que ali viviam era cinzas, pelo frio e por falta de nutrientes para ter uma pele corada. Não tinha título mais adequado.
Gostei da capa. Me chamou à atenção, e na verdade foi por esse motivo que o comprei.
É realmente uma história de amor e esperança das melhores que já li.
A mãe de Lina, faz você se sentir uma pessoa ruim, diante de tanta bondade que há nela.
Foi amor a primeira página. Lágrimas rolaram, risos também. Emoções a flor da pele.
Super indico.
Espero ansiosamente por um futuro filme baseado na história dele.





Sobre a Autora:
Nascida e criada em Michigan, nos Estados Unidos, em uma família de artistas, leitores e amantes da música. Ruta Sepetys é filha de um lituano refugiado. A Vida em Tons de Cinza, seu primeiro romance, inspirado pela história de sua própria família foi publicado em 40 países. Ruta pôde dar voz às centenas de milhares de pessoas que, de alguma forma, foram atingidas pelo genocídio perpetrado por Stalin.



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Um comentário:

  1. Perece maravilhoso! Não leio há um tempo e acho que esse vai ser otimo para recomeçar..

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