sábado, 22 de fevereiro de 2014

Resenha: O Livro do Amanhã - Cecelia Ahern

Título: O Livro do Amanhã
Título Original: The Book of Tomorrow
Autor: Cecelia Ahern
ISBN: 9788581630342
Editora: Novo Conceito
Ano: 2013
Páginas: 368

Sinopse: Nascida no luxo, Tamara Goodwin, de 16 anos, nunca precisou olhar para o amanhã, até que a morte abrupta de seu pai deixa a ela e a sua mãe uma montanha de dívidas e as obriga a se mudarem para a casa dos tios de Tamara, em um vilarejo no interior. Solitária e entediada, a única diversão de Tamara é uma biblioteca itinerante. E ali, ela encontra um livro muito misterioso. Tamara vê inscrições com sua própria letra e datadas para o dia seguinte. Quando tudo acontece exatamente como o livro previa, ela percebe que pode ter encontrado a solução para seus problemas. No entanto, Tamara descobre que é melhor não virar algumas páginas e que, apesar de muito tentar, não pode mudar o destino.

***

Tamara, uma menina de 16 anos (aparentemente mais velha), muito mimada e  malcriada. Sempre tinha tudo o que queria e vivia sua vida da maneira que desejava. Até, um dia encontrar seu pai, George Goodwin, no chão se seu escritório em casa. Cometera um suicídio, e com isso vieram a tona coisas que seu pai havia escondido da familia, estavam afundados em dívidas, tiveram que vender todas as suas propriedades, inclusive a casa onde moravam. Tiveram que se mudar para uma casa no campo, de Arthur (irmão de de sua mãe, Jennifer), e Rosaleen (sua esposa), e deixar para trás todo o "conforto" da cidade. Tamara odiava aquele lugar, já sua mãe parecia se sentir bem ali, levando em conta o estado de luto em que se encontrava.

"A ideia de que o luto sobrecarrega a pessoa com dor e todas as outras emoções. Me sinto assim: mais pesada, como se tivesse que me arrastar por aí, tudo é um esforço, é sombrio e é uma merda. Como se tivesse a mente continuamente cheia de pensamentos que nunca me ocorreram antes, o que me causa dor de cabeça. Mas mamãe...?
"Mamãe parece mais leve. O luto não parece nem sequer oprimi-la. Em vez disso, me dá a impressão de que se afasta e alça voo, como se a meio caminho do ar, e ninguém mais liga nem nota, e sou a única que me mantenho embaixo, segurando-a na altura dos tornozelos, e tento puxá-la de volta à terra." 

Arthur, um homem de poucas palaras e Rosaleen, uma mulher sempre dedicada e preocupada com os outros. Mas apesar da simplicidade que é mostrada, eles escondem muitos segredos.
Na história, aparece Irmã Ignatius, uma freira super simpática, que se torna grande amiga de Tamara. Ela (Tamara), também conhece Marcus e sua biblioteca intinerante (dentro de ônibus), o que foi mais ou menos como uma valvula de escape para ela, naquele momento.

"— Muito bem. — Ele riu e desligou o motor. — Vamos a outro lugar.
— Não precisa do motor ligado para ir a outro lugar?
— Não vamos dirigindo — ele disse. Transpôs o banco do motorista por cima do encosto e entrou no ônibus. — Então, vejamos... para onde iremos? — Passou o dedo pelas lombadas dos livros na seção de viagens, caminhou ao longo deles e leu em voz alta: — Paris, Chile, Roma, Argentina, México... 
— México. — Escolhi, decidida, e me ajoelhei no banco para observá-lo.
— México — assentiu Marcus. — Boa escolha! — Retirou o livro da prateleira e me olhou. — E aí? Você vem? O voo já vai partir.
Sorri e saltei por cima do assento do banco. Nos sentamos no chão, lado a lado, nos fundos do ônibus, e, naquele dia, fomos ao México.
Não sei se Marcus sabe como foi importante esse momento para mim. Em que medida ele, de fato, me salvou de mim mesma, do desespero absoluto. Talvez saiba e talvez fosse isso o que costumava fazer. Devia ser um anjo que entrou em minha vida no momento exato e me varreu de um terrível lugar para uma terra longínqua.

Foi nessa biblioteca que Tamara viu um livro que chamou sua atenção. Quando o pegou, logo se frustou, o livro era fechado a cadeado, mas ela consegue abrir com a ajuda da Irmã Ignatius. 
Foi nesse livro que começou a aparecer sua caligrafia, bem escrita, mostrando o "dia de amanhã".
Agora cabe a ela saber o que fazer com essa diário, se vai ficar com ele ou fazer seu próprio amanhã.

É um livro que fala de amor, da dor de perder alguem querido (nesse caso o pai), e do que pode ser feito o amanhã.
Gostei desse livro, gostei da narrativa dele e tudo mais.
Uma história com muito mistério do meio pro fim, e bem elaborada.
Depois que você começa a se envolver é difícil de largar o livro.
Gostei da maneira que Tamara amadureceu no decorrer da história, e até consegui desenvolver um carinho por ela, o que antes, acharia um absurdo.





Sobre a Autora:
Antes de engrenar na carreira de escritora, Cecelia Ahen se formou em jornalismo e comunicação. Aos 21 anos, escreveu seu primeiro romance, P.S. Eu Te Amo, que se tornou um best-seller internacional e foi adaptado para o cinema. Seus outros romances - A Vez da Minha Vida, Onde Terminam os Arco-íriss, Aqui é o Melhor Lugar, Se Você Me Visse Agora e, As Suas Lembranças São Minhas - Foram todos best-sellers #1.
Seus livros foram publicados em 46 países. Foram vendidas mais de 20 milhões de cópias no mundo todo. A autora mora em Dublin (Irlanda) com sua família.
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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Citações: O Livro do Amanhã - Cecelia Ahern




"(...) Com as mentes assim abertas, passam pelas circunstâncias da vida decididas e tolerantes, veem luz na escuridão, possibilidades em becos sem saída, experimentam vitória quando outras expressam fracasso, questionam quando outras aceitam. (...) Em outras pessoas, as mentes de abrem mais tarde na vida, pela tragédia ou pelo triunfo." (Pág. 09 e 10)



"Por outro lado, existem aquelas cujas mentes não passam de um buquê de talos, dos quais brotam botões quando elas apreendem uma nova informação - um novo botão para cada novo fato -, mas, nunca se abrem, jamais florescem. Trata-se das pessoas de letras maiúsculas e pontos finais, mas nunca de pontos de interrogação e elipses..." (Pág. 10)



"Fico intrigada em como a morte, tão sombria e final, faz brilhar uma luz no caráter de uma pessoa." (Pág. 13)



"Perdi meu pai. Ele perdeu seus amanhãs e eu perdi todos os nossos amanhãs juntos. Agora, pode-se dizer que os aprecio quando chegam. Agora, quero torná-los o melhor que puderem ser." (Pág. 16)



"Para as formigas encontrarem a rota mais segura em busca de alimento, uma se retira do bando e continua sozinha à frente. Assim que encontra o caminho, esta formiga solitária deixa uma trilha química para as outras seguirem. Quando pisoteamos uma fileira de formigas ou, em termos menos psicóticos, interferimos de algum modo na trilha química, as deixamos enlouquecidas. As que ficam para trás rastejam, frenéticas de pânico, em círculos, e tentam voltar à trilha. Gosto de vê-las totalmente desorientadas, pois dão voltas em torno de si mesmas, trombam umas nas outras enquanto tentam descobrir para que lado seguir, e acabam por atravessar o caminho em linha reta, como se nada tivesse acontecido.
O pânico me faz lembrar de mamãe e de mim. Alguém interrompeu nossa linha, levou embora nosso líder, desfez a trilha e nossa vida mergulhou em completo caos. Penso - espero - que, com o tempo, encontraremos o caminho certo a tomar de novo. É preciso que uma formiga lidere as restantes. Acho, quando vejo que mamãe não quer participar, que cabe a mim tomar à frente." (Pág. 17)



"(...) Quer apenas falar do problema, não lhe interessa falar de como aconteceu, nem da solução." (Pág. 21)



"Ninguém que fala tão pouco é tão simples quanto pensamos. (...) Falastrões não pensam muito; suas palavras excluem qualquer possibilidade de ouvir as perguntas inconscientes como: "Por que você acha isso?". "O que realmente acha?"." (Pág. 27)



"Não era uma pessoa afetuosa e, por isso, não recebia afeto de mais ninguém. É parecido com os conselhos: você só pode dá-los se os tiver vivido." (Pág. 33)



"E também ali, parada, me senti uma sombra de quem eu era antes, com minhas cicatrizes expostas." (Pág. 43)



"(...) Quando solitárias, as pessoas se agarram a qualquer coisa para deixarem de se sentir assim." (Pág. 44)



"Como um bar na hora de fechar: as imperfeições, os bêbados e os trapaceiros todos se revelavam." (Pág. 50)



"Aprendi que não existe maneira correta de sofrer a perda de alguém, nem a maneira errada." (Pág. 65)



"A ideia de que o luto sobrecarrega a pessoa com dor e todas as outras emoções. Me sinto assim: mais pesada, como se tivesse que me arrastar por aí, tudo é um esforço, é sombrio e é uma merda. Como se tivesse a mente continuamente cheia de pensamentos que nunca me ocorreram antes, o que me causa dor de cabeça. Mas mamãe...?
"Mamãe parece mais leve. O luto não parece nem sequer oprimi-la. Em vez disso, me dá a impressão de que se afasta e alça voo, como se a meio caminho do ar, e ninguém mais liga nem nota, e sou a única que me mantenho embaixo, segurando-a na altura dos tornozelos, e tento puxá-la de volta à terra." (Pág. 65)



"Tive apenas aquela esquisita sensação de que devia ter sido retirada do mundo. Acho que talvez reconhecesse nele parte de mim." (Pág. 77)



"Elas não sabiam a razão, jamais pensariam que o impacto emocional sofrido por mim, diante do que eu acabara de passar, ia me mudar não apenas por algumas semanas, mas para sempre. (...) Eu fora pisoteada como uma planta, mas não morta, e, assim como essa planta, não me restara outra opção a não ser crescer numa direção diferente da qual eu me desenvolvera até então" (Pág. 91)



"Sabe uma dessas coisas que você só tem que dar uma olhada e no mesmo instante ela o liga a alguma outra coisa?" (Pág. 93)



"(...)Foi como se houvessem me mandado sentar no degrau dos desobedientes para pensar no que fizera." (Pág. 95)



"Às vezes, não temos a menor ideia de onde estamos e precisamos da mínima pista para nos mostrar por onde começar." (Pág. 112)



"Ela apenas sorria e aquele sorriso ocultava milhões de respostas." (Pág. 119)



"E se, e se, e se... E se soubéssemos, o que nos traria o amanhã? Poderíamos repará-lo? Conseguiríamos?" (Pág. 123)



"De qualquer modo, constata-se, no fim das contas, que minha vida antiga me oferecia muito mais que podia. Como um amante desesperado, me oferecia a lua e as estrelas, quando sabia que não havia a menor possibilidade de algum dia consegui-las. Como uma idiota, eu acreditava nisso." (Pág. 130)



"Ouvi alguns dizerem que, quando sonham com um ente amado que morreu, eles sentem que é real e que a pessoa está de fato ali, para transmitir uma mensagem, dar um abraço. Que, de algum modo, os sonhos são uma linha indistinta entre aqui e lá, como uma sala de visitas numa prisão. As duas pessoas estão na mesma sala e, no entanto, em lados diferentes; na verdade, estão em diferentes mundos." (Pág. 137)



"Nada tem a ver com religião, nada tem a ver com estabilidade emocional, mas tem tudo a ver com o instinto natural da mente humana, que consiste em ter esperança além de toda esperança, a não ser que sejamos canalhas cínicos. Há de ter a ver com amor, com a perda de alguém que você ama, parte de seu ser arrancado de si, e fazer quase tudo ou acreditar em qualquer coisa para que ele retorne. É a esperança de algum dia tornar a vê-lo, de ainda poder senti-lo perto de si. Uma esperança como essa, como eu pensava antes, não o torna uma pessoa fraca. É a desesperança que o torna fraco. A esperança o torna mais forte, pois traz consigo uma razão. Não uma razão que explique como ou por que lhe arrancaram o ente querido, mas uma razão para viver." (Pág. 137 e 138)



"Às vezes o tom pode mudar as coisas, sei disso. Às vezes, em mensagem de texto, as pessoas não captam os tons ou captam tons que não existem e interpretam de forma totalmente errônea algumas mensagens inocentes." (Pág. 184)



"Aprendi algo importante naquela noite. Não se deve tentar impedir tudo de acontecer. Às vezes, devemos esperar ficar sem jeito. Às vezes, também, devemos aceitar a possibilidade de ficar vulnerável diante de pessoas. Às vezes isso é necessário porque tudo faz parte de você chagar à parte seguinte de si mesma, no dia seguinte." (Pág. 202)



"Mas sempre há uma parte de nós, a parte que se esconde nas sombras, que defende o botão de autodestruição, que nunca quer deixar a escuridão para trás." (Pág. 232)



"Ela era tão meiga e delicada, que parecia que um fragmento de realidade poderia destuí-la." (Pág. 246)



"(...) Então, na manhã seguinte, ao vê-lo, meu lindo pai, meu bonito pai no chão. Não como deveria ser. Ele deveria viver para sempre. Deveria cuidar de mim para sempre. Deveria interrogar meus namorados e me conduzir pela nave até o altar. Deveria convencer mamãe quando eu não conseguisse fazer as coisas do meu jeito, deveria piscar para mim quando percebesse meu olhar. Deveria me olhar com orgulho para o resto da vida. E, então, quando envelhecesse, eu deveria protegê-lo, demonstrar-lhe que podia contar comigo para o que precisasse e retribuir-lhe tudo o que ele fizera por mim." (Pág. 262)



"Eu percebera que o diário me conduzia a algum lugar, tentava me mostrar alguma coisa, apontava a saída... Eu seria uma idiota se ignorasse o milagre que ocorria. Cada palavra constituía uma pista, cada frase, uma seta, um sinal para que eu saísse dali." (Pág. 292)



"Segurava, apertado, a mão de Wesley e me lembro de pensar: "Não a solte, em momento algum a solte"."(Pág. 330)



"Eles haviam me alimentado com mentiras, largando em seu caminho uma trilha de migalhas de pão a qual eu fora obrigada a seguir, para descobrir a verdade sozinha." (Pág. 337)



"É como qualquer coisa ruim ou assustadora que acontece: quando você a termina ou a supera, sente-se tão aliviado que se esquece de como a circunstância foi terrível, de como você se sentia infeliz, e quer vê-la mais uma vez, ou apenas se lembrar das partes boas, ou dizer a si mesmo que aquilo o ajudou a chegar à nova parte de si mesmo." (Pág. 361)



"Há muito tempo, embaralharam-se as coisas e recebemos, todos, nossas cartas. Agora, as arrumamos e tentamos entender o sentido de todas elas." (Pág. 361 e 362)



"Acho que era este o propósito do diário, pois, com certeza, tinha um propósito. Me conduziu até aqui. Me ajudou a descobrir os segredos, mas também me tornou uma pessoa melhor. Sei que isso soa muito sentimentaloide, mas me ajudou a compreender a existência dos amanhãs. Antes, concentrava-me apenas no agora. Dizia e fazia coisas a fim de obter o que eu queria naquele instante. Nunca parei para pensar em como cairia o resto dos dominós. O diário me ajudou a ver como uma coisa influencia a outra. Como posso, de fato, fazer diferença em minha vida e na de outras pessoas. Sempre me lembro de como me senti atraída àquele livro na biblioteca itinerante de Marcus, quase como se estivesse ali apenas para mim, naquele dia." (Pág. 346)



"De algum modo, os livros ficam ali, quase que por magia, desejosos que as pessoas os escolham. A pessoa certa para o livro certo. Parece que já sabem de qual vida precisam fazer parte, em qual delas podem fazer diferença ou podem ensinar uma lição, pôr um sorriso no rosto no momento preciso." (Pág. 364)



"-Temos de fazer nossos próprios amanhãs, Wesley!" (Pág. 366)

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